O que os sistemas regulatórios não fazem
Embora os sistemas regulatórios para as pesquisas imponham requisitos onerosos aos pesquisadores antes do começo dos estudos, existem várias coisas que eles visivelmente não fazem, ou que não fazem bem. Muitos sistemas não fazem o suficiente para garantir que os estudos propostos sejam de fato necessários. Por exemplo, eles não exigem que os pesquisadores demonstrem que realizaram uma revisão exaustiva da evidência existente antes de embarcar em novos estudos (ver Capítulo 8 para entender por que as revisões sistemáticas são tão importantes).
Além disso, muito do esforço na regulação das pesquisas acontece na sua fase inicial, com ênfase no controle da entrada de participantes nos estudos. No entanto, surpreendentemente, existe pouco esforço devotado ao monitoramento de estudos depois de já terem sido iniciados e à garantia de que os pesquisadores publicam artigos logo depois de o seu trabalho terminar (ou nem isso), declarando como as suas conclusões reduziram a incerteza.
Pessoas que são convidadas para participarem de pesquisas sobre os efeitos dos tratamentos precisam acreditar que os estudos valem a pena e que sua contribuição será útil. Os sistemas regulatórios precisam fazer mais para garantir as duas coisas e desmantelar barreiras inúteis à boa pesquisa, direcionadas para as perguntas de pesquisa importantes para os pacientes. Há a percepção crescente de que os testes dos tratamentos dizem respeito a todos. Conforme os pacientes e o público aproveitam as oportunidades que estão sendo oferecidas para se envolverem no planejamento e na condução de pesquisas (ver Capítulo 11), é muito provável que tenham voz cada vez mais forte para garantir que os obstáculos regulatórios se resolvam.