Perguntas importantes para os pacientes
Pesquisadores em Bristol decidiram fazer uma pergunta fundamental: “Em que medida as perguntas importantes para os pacientes com osteoartrite do joelho e para os clínicos que cuidam deles estão refletidas na pesquisa dessa condição?” Eles começaram por reunir quatro grupos: pacientes, reumatologistas, fisioterapeutas e médicos clínicos, respectivamente. Esses grupos eram unânimes quanto a tornar claro que eles não queriam mais estudos patrocinados pelas indústrias farmacêuticas, comparando ainda mais um medicamento anti-inflamatório não esteroide (o grupo de medicamentos que inclui, por
exemplo, o ibuprofeno) ao placebo. Em vez de experimentos de medicamentos, os pacientes queriam a avaliação rigorosa da fisioterapia e da cirurgia, e a avaliação das estratégias educativas e outras que poderiam ajudar os pacientes a gerir com mais êxito essa condição crônica, incapacitante e muitas vezes dolorosa. Claro que essas formas de tratamento e gestão oferecem menos margem do que os medicamentos para a exploração comercial e por isso são muitas vezes ignoradas.
Quantos outros campos de pesquisa terapêutica, se avaliada dessa forma, revelariam semelhantes incompatibilidades entre as perguntas sobre efeitos de tratamento que importam para os pacientes e clínicos, e as perguntas que os pesquisadores estão abordando? Lamentavelmente, a incompatibilidade parece ser mais a regra do que a exceção.
Pequenas alterações na formulação de medicamentos raramente levam a efeitos substancialmente novos e melhores. No entanto, esses tipos de estudos dominam a pesquisa de tratamentos não só para a artrite, como também para outros transtornos crônicos. Desperdício total de recursos!