Ousar pensar em fazer menos
Assim, mais nem sempre é sinônimo de melhor – e esta mensagem continua importante. Hoje em dia, em mulheres com câncer de mama metastático (disseminado), existe um entusiasmo considerá- vel com relação a tratamentos como o Herceptin® (ver anteriormente e ver Capítulo 1). No entanto, na melhor das hipóteses, o Herceptin® oferece uma pequena chance de vida mais longa – medida, por vezes, somente em dias ou semanas – à custa de efeitos colaterais graves ou até da morte por causa do próprio tratamento. Essa tendência para tratar exageradamente também é evidente na outra extremidade do espectro do câncer de mama. Por exemplo, os tratamentos excessivos e desnecessários têm sido praticados em mulheres com condições pré-cancerígenas, como o carcinoma ductal in situ (CDIS) detectado pela mamografia (ver Capítulo 4), quando o CDIS pode não causar nenhum problema na vida da mulher se não for tratado. Por enquanto, a necessidade da cirurgia de rotina para remover os gânglios linfá- ticos na axila, que contém riscos de complicações desagradáveis que afetam o braço, como o linfedema (ver Capítulo 5), está sendo cada vez mais questionada, pois a sua adição aos tratamentos não parece melhorar a sobrevida