Como abordar incertezas relativas aos efeitos dos tratamentos

Aonde vamos chegar a partir daqui? Os médicos precisam ser capazes de aproveitar recursos que ofereçam a melhor evidência disponível sobre um tratamento, extraídos da experiência coletiva e de revisões sistemáticas de quaisquer estudos de pesquisa confiáveis existentes. Se, depois disso, acharem que incertezas quanto a um tratamento continuam a persistir, eles precisam estar preparados para discutir isso com os pacientes e explicar os motivos. Pacientes e médicos podem então examinar as opções em conjunto, levando em conta as preferências dos pacientes. Essas discussões podem suscitar mais incertezas
que precisam ser reconhecidas e tratadas. Somente por meio do reconhecimento conjunto de que as incertezas ainda existem é que o progresso poderá ser sólido, no sentido de tornar os tratamentos mais adequados e seguros. A incerteza é, portanto, um pré-requisito para o progresso, e não uma confissão de “derrota”.

Essa atitude positiva para abordar as incertezas é agora refletida em orientação profissional. No Reino Unido, a última versão do guia Good medical practice do Conselho Médico Geral Britânico (em inglês, General Medical Council) instrui os médicos que, para manter e melhorar o seu desempenho, eles “devem ajudar a resolver as incertezas sobre os efeitos dos tratamentos”. Para fazer isso, pacientes e médicos devem trabalhar em conjunto para conceber pesquisas de melhor qualidade (consultar o Capítulo 11).